A abertura do Mercado Livre de Energia em janeiro de 2024 para qualquer unidade consumidora do Grupo A, independentemente da demanda contratada, deverá atrair cerca de 25 mil empresas brasileiras para o Ambiente Livre de Contratação, de acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para se ter uma ideia, segundo o Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Federação de Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), só no estado, cerca de 9 mil pequenas e médias indústrias devem fazer a migração. Em Minas Gerais, a estimativa é que 20 mil unidades consumidoras devam aderir ao Mercado Livre de Energia, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Além de pequenas e médias indústrias de diversos setores, redes de varejo e de ensino, condomínios, entre outras organizações, poderão reduzir seus custos operacionais e optar por qualquer fonte de energia renovável que esteja disponível para comercialização: solar, eólica, biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs e biogás.
Neste artigo, você vai conhecer 3 fatos que mostram como está atualmente o panorama do Mercado de Livre de Energia e quais são as perspectivas futuras do ambiente livre de contratação no Brasil.
O Mercado Livre de Energia registrou recorde de novos consumidores em 2023
Segundo a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o ambiente de contratação livre de energia registrou 3.330 novas unidades consumidoras no primeiro semestre de 2023, 52% a mais em relação à primeira metade de 2022. As migrações foram predominantemente impulsionadas por consumidores com demanda contratada abaixo de 0,5 MW (megawatt), tais como condomínios comerciais e redes de lojas.
A CCEE revelou que a maior parte das adesões ainda está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, mas houve um aumento da participação de consumidores de estados como Pernambuco, Goiás e Ceará.
Em 2024, o Mercado Livre de Energia pode atrair mais de 70 mil novos consumidores
Um estudo feito pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revelou que o Ambiente Livre de Contratação terá um potencial inicial de migração de até 72 mil novas unidades consumidoras.
O crescimento será impulsionado pela Portaria 50/2022, do Ministério de Minas e Energia (MME), que, em janeiro de 2024, abrirá o Mercado Livre de Energia a todos os consumidores do Grupo A, mesmo com demanda inferior a 500 kW. Entre os novos beneficiados, estão pequenas e médias indústrias, condomínios residenciais e comerciais, redes de serviço e de varejo.
O Mercado Livre de Energia ainda tem grande potencial de crescimento no Brasil
Segundo dados da Abraceel, onde há regulamentação para a compra livre de energia. Os 35 primeiros países dessa lista abrem a possibilidade de qualquer consumidor contratar energia elétrica diretamente dos geradores, independentemente do seu porte ou categoria.
Apesar da baixa colocação na lista, em 2019 o Brasil estava em 55º lugar, ou seja, subiu 8 posições. A situação deve melhorar ainda mais a partir de 1 de janeiro de 2024, quando qualquer unidade consumidora do Grupo A, mesmo com demanda inferior a 500 kW, poderá participar do Ambiente Livre de Contratação.
Atualmente, os 3 setores produtivos que mais negociam energia elétrica no Ambiente Livre de Contratação são: o de metalurgia e produtos de metal (4,89 GWm), o alimentício (2,74 GWm) e o químico (2,29 GWm). Juntos, esses segmentos compram 42% do volume total de energia disponibilizado no Mercado Livre.
Diferenças entre o Mercado Cativo e o Mercado Livre de Energia
Para entender o potencial de crescimento do Mercado Livre de Energia no Brasil, é importante conhecer as diferenças entre as duas modalidades: o Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e o Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Mercado Cativo ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR)
Nesse modelo, os consumidores são considerados cativos porque estão vinculados às concessionárias de distribuição de energia elétrica de sua região. Eles não têm a liberdade de escolher o fornecedor de energia e não têm opção de negociar preços, prazos e fonte de energia. As tarifas de energia são reguladas pelo governo e incluem os custos de distribuição, transmissão, geração e bandeiras tarifárias.
Mercado Livre de Energia ou Ambiente Livre de Contratação (ACL)
No ACL, os consumidores têm a possibilidade de escolher livremente seu fornecedor de energia.
Eles podem negociar diretamente com os geradores ou comercializadores, buscando condições contratuais mais vantajosas e personalizadas de acordo com suas demandas e necessidades específicas.
As tarifas de energia no Mercado Livre são protegidas por meio de negociação entre as partes, permitindo que os consumidores tenham maior controle sobre seus custos e possam buscar ofertas mais competitivas. Além disso, os consumidores têm a opção de adquirir energia proveniente de fontes renováveis, permitindo uma maior sustentabilidade e garantindo a redução do impacto ambiental.
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